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E. E. B. Pe. Vendelino Seidel participou
da Olimpíada de Língua Portuguesa “Escrevendo Para o Futuro” nas categorias
poema, memórias literárias, crônica e artigo de opinião. Durante a Olimpíada os
professores realizaram oficinas de produção de textos e fizeram um resgate de histórias, estreitaram vínculos com
a comunidade e aprofundaram o conhecimento sobre a realidade para desenvolver o
tema da Olimpíada “ O lugar onde vivo”. Na fase municipal, das quatro
categorias que a escola participou, três foram classificados para fase
estadual. Os classificados da fase municipal foram:
Poema – Título: Minha vida no interior
Aluna:
Daiane Maldaner
Escola:
EEB São Lourenço
Memórias Literárias – Título: Cicatrizes, o Tempo
Não Cura
Aluna:
Kauany Derosso
Escola:
EEB Padre Vendelino Seidel
Crônica – Título: A Grande Pequena
Surpresa
Aluna:
Ana Paula Thesing
Escola:
EEB Padre Vendelino Seidel
Artigo de opinião – Título: Comodismo de Plástico
Aluna:
Nadine Soder
Escola:
EEB Padre Vendelino Seidel
Os
respectivos textos foram encaminhados para a fase Estadual, sendo que foi
classificado o Artigo de Opinião, intitulado Comodismo de Plástico da aluna Nadine Soder, sob a orientação da
professora Maristella Selli.
O feito ainda não havia sido
alcançado por nenhum estudante Iporãoestino e é fruto do empenho dos
profissionais e alunos da escola. Como premiação, professora e aluna viajarão a
São Paulo para participarem de oficinas de produção de texto e terem a
oportunidade de trocar experiências com candidatos de todo o país. Nesta etapa
dentre os 500 textos semifinalistas, a comissão das Olimpíadas selecionará 152
artigos. Estes finalistas irão se encontrar novamente na fase nacional em
Brasília no mês de dezembro.
Sem dúvida esta é mais uma conquista
que demonstra a qualidade da educação de nossa cidade, assim como da
importância da formação de bons leitores e bons escritores.
Abaixo, o texto da aluna, na íntegra
Escola
de Educação Básica Pe. Vendelino Seidel
Curso:
Ensino Médio Educação Geral – Série: 3ª – Turma: 31
Professora:
Maristella Selli
Disciplina:
Português
Aluna:
Nadine Soder
Comodismo
de Plástico
Um
grande passo deve ser muito bem pensado e elaborado, dar um salto de inovação
nem sempre surte tanto positivismo. Diversas coisas demoram anos para se
decompor pelos seus componentes altamente venenosos e causam danos seríssimos
ao planeta. Se pudéssemos, de certa forma, diminuir os problemas gerados pelo
simples conforto do qual muitos não querem abrir mão, quantos realmente
estariam dispostos e quanto vale mesmo, para cada um, o futuro? O custo é alto,
ainda mais para as novas gerações, e um dos grandes danos é dado pelo comodismo
da sociedade que não está pronta ainda para abdicar de um pequeno detalhe como
as sacolas plásticas, que hoje demoram cerca de 400 anos para se desintegrar e
geram um acúmulo absurdamente grande de lixo. Visto que o plástico demora anos
para se decompor, nós vamos demorar
quantas décadas para tomar consciência?
Aí
está o grande problema, as sacolas plásticas são um produto de tão fácil acesso
que acabam jogadas pelos cantos da cidade, e daí em diante percorrem um longo
caminho podendo ficar entalados em bueiros, fossas, as quais em dias de chuva
entopem e acabam gerando as enchentes e desmoronamentos, um dos grandes problemas
da “natureza”. No nosso caso, as sacolas acabam em árvores, quintais, beiras de
estrada e podem trazer problemas gravíssimos, como a dengue. Pois é, todas as
mobilizações de água parada, de potes de flores com areia, de tampar as caixas
d’água, de nada valem quando as pessoas se esquecem de não jogar sacolas
plásticas por aí, de cuidar da nossa cidade de forma que não haja poluição, mas
que também – e principalmente – não haja doenças. Sacolas plásticas são um depósito
de água parada, havendo proliferação de doenças. Esse comodismo de plástico nos
persegue a gerações, a discussão sobre proibir ou não o fornecimento de sacolas
plásticas por estabelecimentos comerciais pode ser recente no Brasil, mas
lá fora é possível encontrar iniciativas com pelo menos uma década de vida, um
exemplo é a Europa, que abandonou esse conforto. Ainda assim, aqui ocupamos uma
quantidade enorme nos comércios, agora pense que no mundo somos sete bilhões de
pessoas, aí está o impacto. Para o meio-ambiente esse custo é altíssimo.
Desde
o dia 1º de Janeiro de 2012 que o município de Iporã do Oeste deixou de
utilizar as sacolas plásticas, decisão que foi tomada pela Associação Comercial
e Industrial na qual foram apontadas pesquisas que mostraram que 85% da
população era a favor de abolir o uso. Essa grande maioria queria evitar mais
problemas causados por esse pequeno vilão, porém muitos que concordaram com a
abolição mais tarde se deram conta de tudo que era necessário para que essa
mobilização surtisse efeito e acabaram voltando atrás, só pelo simples conforto
que as sacolas plásticas nos provocavam. Mudar o mundo de nada adianta se nós
estamos sempre dispostos a voltar atrás nas nossas decisões. Assim sendo,
apesar dos transtornos que são gerados à sociedade, todos conseguem compreender
o enorme empreendimento por trás dessa inovação, como a prevenção do
aquecimento global, ou de novas doenças, desde diminuir o acúmulo de lixo até
conscientizar a sociedade em geral.
Assim
sendo, quando nós deixamos de ocupar as sacolas plásticas por estarmos
realmente preocupados com a natureza, certamente comovemos o homem que embala
os produtos no mercado, à pessoa que está atrás de nós no caixa, surtindo assim
uma enorme corrente, e isso somente por recusar uma sacola plástica. O foco agora é mobilizar todos para a
utilização das sacolas biodegradáveis, que além de demorar menos tempo para se
degradar - cerca de 60 dias – traz embutido um passe de cidadão para quem
utiliza e se preocupa com o lugar em que vive. De nada adianta um movimento tão
grande com um custo mais elevado, se ninguém está disposto a coloca-lo em prática
e dar o primeiro passo. Comodismo segundo o dicionário é a atitude de quem só
se preocupa com o seu próprio bem-estar, devemos largar o tal comodismo de
plástico para que assim possam haver mudanças, como a de mudar nossa acomodação
para as sacolas ecológicas, nos dando assim um conformismo ecológico. A verdade
é que a preguiça não move nenhuma cidade ou nação.